Estimativa de custos para reflorestamento de áreas de pastagens degredadas no município de Jaru, estado de Rondônia, Brasil
Palavras-chave:
Deforestation; Ambiental Degradation; Environmental Preservatio, Pasture Recovery; Silvopastoral System.Resumo
Na região amazônica, particularmente, o Estado de Rondônia ocupa a terceira posição entre as unidades federativas com maior índice de desmatamento até 2021, o que acarreta enormes impactos para além de seu território e bioma. Devido ao incentivo de programas de colonização, o bioma da maior floresta tropical do mundo sofreu severos danos de forma extensa e diversa. Nesse contexto de desmatamento, destacam-se os municípios do estado de Rondônia, entre eles, Jaru, onde a BR-364 proporcionou grande impacto socioambiental, pois passou por vários processos de alteração da sua cobertura vegetal desde a década de 1970, início da colonização da região. Essas alterações promoveram cerca de 70% de perda de floresta nativa, o que acarretou vários problemas: a perda da quantidade e qualidade da água, o assoreamento dos rios e o empobrecimento do solo, entre outros. No entanto, a falta de referências para elaboração de Programas de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs) e a falta de valoração dos custos necessários para recuperar um hectare dessas mesmas áreas são uma dificuldade que os proprietários rurais encontram na recuperação de delas. Dessa maneira, o objetivo desse estudo consistiu em elaborar um PRAD com estimativa de custos para recuperação por hectare da área de floresta tropical degradada pelo desmatamento e pelas queimadas para conversão do uso da terra em projetos de agroindústria e pecuária extensiva, no Município de Jaru, que está inserido em uma região de média degradação, no Estado de Rondônia, que ocupa a terceira posição na lista dos estados brasileiros que mais desmatam, pertencente à Amazônia Legal. Baseado e adaptado ao modelo de PRAD preconizado pelo IBAMA (2011, atualizado em 2018), elaborou-se um PRAD do tipo silvipastoril, cuja duração é de três anos, porquanto a principal atividade econômica do município é a pecuária. De posse dos valores pesquisados para cada item do PRAD, foi estimado o custo de recuperação de uma área de um hectare de pastagem degradada, tendo sido encontrado o valor final de R$ 28.591,90. Para a implantação (primeiro ano), estimou-se um custo de $ 19.434,00, que corresponde a 68% do total; para a manutenção, durante os dois anos subsequentes, estimou-se um custo de R$ 9.157,90, correspondente a 32%. O presente estudo permitiu concluir que o sistema agroflorestal do tipo silvipastoril, associado à pecuária de corte ou leiteira, constitui atividade econômica mais rentável para o agricultor do que o sistema de pecuária convencional. O reflorestamento deve ser feito, preferencialmente, com espécies nativas do bioma típico da região onde for instalado, mas podem ser empregados o eucalipto (exótica) ou outras espécies. Considerem-se ainda os benefícios para a preservação ambiental. Os sistemas silvipastoris são multifuncionais, nos quais existe a possibilidade de intensificar a produção pelo manejo integrado dos recursos naturais, e evitam, desse modo, sua degradação, além de recuperar sua capacidade produtiva. Por exemplo, a criação de animais com árvores dispersas na pastagem, árvores em divisas, em linhas ou em barreiras de quebra-ventos podem reduzir a erosão, melhorar a conservação da água, reduzir a necessidade de fertilizantes minerais, capturar e fixar carbono, diversificar a produção, aumentar a renda e a biodiversidade, bem como melhorar o conforto dos animais.
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