TRAUMA TRANSGERACIONAL, ETNICIDADE E INVISIBILIDADE

O não-reconhecimento das questões psicossociais como agravante da desconexão identitária

Autores

  • Ingrid Theodoro de Faria Souza Instituto Granzotto

Palavras-chave:

Povos étnicos, Trauma Transgeracional, Saúde Mental

Resumo

A questão identitária no Brasil é entrelaçada com percalços institucionais, históricos e étnico-culturais. A colonialidade é um fator que reforça lógicas raciais e etnocentristas no país, e isso resulta na produção de projetos de leis e normas sociais que definem a forma como a população do país será tratada. Porém, as minorias de identidade étnica sofrem com o descaso histórico pela falta de respaldo estatal quanto à sua cultura e identidade. Tem-se o fato de que, por décadas, famílias etnicamente diferenciadas como os quilombolas, ribeirinhos e indígenas têm tido dificuldades de pertencimento cultural e territorial justamente pela presença da lógica racista na estrutura institucional do Brasil. E isso, traz impactos materiais e psicossociais, e aqui entra um aspecto que deve ser visado no tratamento da saúde mental desta parte da população, pois a invisibilidade legislativa e biopsicossocial vivida por gerações é o que pode levar ao que se chama trauma transgeracional. Na fase de investigação foi utilizado o método indutivo; na fase de tratamento dos dados o método cartesiano e no relatório da pesquisa foi empregada a base lógica indutiva. Evidenciou-se que falta atenção psicossocial para pessoas etnicamente diferenciadas a partir da visão de trauma transgeracional, tendo em vista a ausência de projetos legislativos que visam a saúde mental e o fortalecimento da identidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ingrid Theodoro de Faria Souza, Instituto Granzotto

Possui graduação em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro(2023) e ensino-medio-segundo-graupelo Colegio Bionatus (MS)(2014). Tem experiência na área de Psicologia. E-mail: ingridtfaria@gmail.com

Referências

FAUSTINO, D. M. ; DE OLIVEIRA, M. C. Frantz Fanon e as máscaras brancas da saúde mental: subsídios para uma abordagem psicossocial. Revista Da Associação Brasileira De Pesquisadores/As Negros/As (ABPN), v. 12, n. Ed. Especi, p. 6-26, 2020. Disponível em: https://abpnrevista.org.br/site/article/view/1110/942

FREUD, Sigmund. 13. Totem und Tabu. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, p. 21, 1912.

MAIA, Kenia Soares; ZAMORA, Maria Helena Navas. O Brasil e a lógica racial: do branqueamento à produção de subjetividade do racismo. Psicologia Clínica, v. 30, n. 2, p. 265-286, 2018.

MUNANGA, K. O negro na sociedade brasileira: resistência, participação e contribuição.

Brasília: Fundação Cultural Palmares, 2004.

MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade

e etnia. Programa de educação sobre o negro na sociedade brasileira. Tradução . Niterói:

EDUFF, 2004b

Downloads

Publicado

09/27/2024